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A entrevista TOP do Startup Blog é com o empreendedor Rui Pinheiro, Fundador da Escola do Empreendedor e Editor in Chief da Emagazine, uma revista digital de empreendedorismo, lançou o livro “Empreender4: empreender em 4 etapas”, do qual foi coautor.

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Quem é o empreendedor bracarense Rui Pinheiro ?
Embora a minha formação de base seja a educação, sou apaixonado pela temática das startups, da inovação e da educação para o empreendedorismo, áreas em que tenho trabalhado nos últimos anos.
Esforço-me por ser um facilitador para a comunidade e contribuir positivamente para o ecossistema empreendedor, quer através dos vários eventos que tenho organizado (na área da empregabilidade, do empreendedorismo e das startups), tentando sempre ajudar a comunidade a desenvolver as suas soft skills e a maximizar a sua capacidade empreendedora.
O Nobel Albert Camus referiu que “a felicidade é harmonia entre a pessoa e a vida que leva”, posso afirmar que adoro o que faço e balanço-o com o que mais amo fazer na vida que é ‘viver’ a minha família e sou feliz. 🙂

Como surgiu a ideia de criar a revista EMAGAZINE?
Tudo começou há cerca de 10 anos com o blogue ‘O empreendedor bracarense’. O blogue tinha dois objetivos:
– por um lado dar a conhecer o ecossistema empreendedor nacional, mais do que os projetos, a ideia era mostrar histórias inspiradoras de fazedores;
– por outro conhecer e aprender com o próprio ecossistema e posso afirmar que resultou. Ao longo destes últimos anos entrevistei centenas de empreendedores, para além de uma experiência incrível, consegui aplicar no meu trabalho muitos desses ensinamentos.
A Emagazine surgiu da necessidade de ‘materializar’ alguns dos conteúdos da plataforma (mas mantendo o mesmo espírito), tentamos que cada edição funcione como um pequeno manual do empreendedor, capaz de orientar e inspirar outros empreendedores.

Direitos/fonte 'Revista Minha'
Direitos/fonte ‘Revista Minha’

A Escola do empreendedor surgiu com a revista?
A Escola do Empreendedor foi uma evolução quase ‘orgânica’ do blogue ‘O empreendedor bracarense’, acabando por se tornar numa forma de divulgar algum do trabalho que fazia como consultor na área do empreendedorismo e das startups, bem como as minhas palestras. Nos últimos anos comecei a receber convites para participar como orador em eventos e como mentor em programas de aceleração de startups, senti necessidade de fazer um upgrade no blogue acrescentando alguns conteúdos relativos ao trabalho que ia desenvolvendo no dia a dia.

Fala-me da tua experiência em organizar eventos de empreendedorismo? Sei que começastes com o Meu Futuro 24 em Braga, curiosamente também foi o meu primeiro evento, o Meu Futuro 24 em Beja.
O Meu Futuro 24 foi realmente o primeiro evento que organizei e foi uma das melhores experiências que vivi no que diz respeito a eventos. Conseguir juntar centenas de participantes dum evento de empreendedorismo que durou 24 horas non stop a assistirem a talks de oradores e empreendedores de renome internacional foi muito marcante, principalmente porque éramos uma equipa de miúdos sem qualquer experiência em organizar eventos mas com muita vontade de fazer acontecer.
Este foi o ponto de partida para avançar para a organização de muitos outros (TEDxBraga, Ignite@Braga, Felicidade nas Organizações, entre mais algumas dezenas). Ao longo deste percurso tive ainda a oportunidade de trabalhar em programas de desenvolvimento de soft skills com alunos do ensino básico e secundário, foi uma experiência muito enriquecedora pois tive a oportunidade de ajudar a contribuir para o desenvolvimento de uma geração mais ligada entre si e o meio que a rodeia, uma geração que espero que tenha a capacidade e a coragem de arriscar conscientemente.

Direitos/fonte 'Revista Minha'
Direitos/fonte ‘Revista Minha’

Considero-te um dos grandes impulsionadores do empreendedorismo em Portugal, nesse sentido quais serão os desafios e oportunidades do empreendedorismo em Portugal para o futuro ?
Essa consideração vindo da tua pessoa é uma honra 🙂
Escrevi há tempos que que O empreendedorismo deixou de estar na moda para ser a moda e a prova são centenas os programas de apoio ao desenvolvimento de ideias de negócio que se organizaram nos últimos anos. Organizações como a Startup Portugal, a Rede Nacional de Incubadoras (RNI) e as respetivas incubadoras, as universidades e até o IAPMEI tem sido atores fundamentais para este boom de startups. No entanto e apesar das várias iniciativas de apoio ao desenvolvimento de ideias de negócio, é importante que os empreendedores nunca se esqueçam de 4 pontos fulcrais: o produto ou serviço que pretendem desenvolver deve resolver um problema real, deve ter uma boa proposta de valor, devem testar e validar o MVP de forma rápida (e barata) e devem ter uma boa equipa. Relativamente a investidores, é importante ter a consciência de que geralmente só investem em ideias de negócio validadas e que comprovem o interesse de (potenciais) clientes. Nenhum produto deve ser desenvolvido unicamente com o objetivo de angariar investimento, o foco devem ser os clientes – pois eles são os melhores investidores.

Hoje fala-se muito artificial intelligence e machine learning, em blockchain e, nos últimos dias temos ouvido falar muito de metaverso – penso que são conceitos que nos vão acompanhar nos próximos anos e que, se bem utilizados poderão otimizar a forma como as empresas trabalham e melhorar a qualidade de vida das pessoas. Acredito que por muita tecnologia que se desenvolva e por muito disruptiva que seja, nunca irá substituir o trabalho de um ser humano, acredito que vivemos numa mudança de paradigma ao nível das profissões, em que algumas acabarão e novas surgirão – até porque, a meu ver, as máquinas dificilmente conseguirão aprender uma característica inata e imprescindível do ser humano que é a inteligência emocional.

Relativamente às tendências, considero que o trabalho remoto chegou para ficar e que aumentará o desenvolvimento de tecnologias verdes, ligadas à área da sustentabilidade e da economia circular.