Voltei a ter a oportunidade de participar na Web Summit, a conferência onde podemos ver o futuro a acontecer e fazer parte dele.
Conhecer aqueles que tiveram ideias que mudaram o mundo é uma experiência única e muito inspiradora, nesta que é a maior conferência de tecnologia e empreendedorismo do mundo, podemos assistir às grandes tendências que vão marcar a sociedade nos próximos anos e aprender com 748 oradores, conhecer as 1.519 startups que disputam o concurso de pitch e fazer muito networking.
Houve vários temas que se destacaram na edição deste ano, foram eles o Facebook, a inteligência artificial e as criptomoedas, entre as mais de 42.751 pessoas que participaram, de 128 países, com o número de mulheres a superar pela primeira vez o dos homens.
Um dos primeiros discursos foi o de Carlos Moedas. O antigo Comissário Europeu da Investigação, Ciência e Inovação e agora presidente da Câmara Municipal de Lisboa, falou num sonho, que no próximo ano queria fundar, com a ajuda da Web Summit e de alguns participantes, uma Fábrica de Unicórnios em Lisboa. Achei muito positivo este objectivo, porque não basta termos a Web Summit, é necessário aproveitar todas as suas potencialidades.
Um dos temas mais falados na Web Summit foi, sem dúvida, o Facebook, que arrancou com Frances Haugen, a mais recente denunciante do Facebook, afirmando que não existe interesse por parte da empresa de Mark Zuckerberg em pôr fim ao discurso de ódio e propagação de informações falsas.
A ex-funcionária da rede social, que falou pela primeira vez num evento ao vivo, revelou ainda que a gigante tecnológica tem conhecimento dos efeitos nocivos dos próprios serviços sobre os utilizadores.
A inteligência artificial voltou a ser muito mencionada durante toda a conferência, onde se destaca a intervenção de Tom Taylor, responsável pela Alexa, da Amazon, dizendo que, no futuro próximo, vamos falar cada vez menos com as assistentes virtuais, que vão ter a capacidade de ler o contexto e de se adaptarem às necessidades do utilizador de forma autónoma.
Continuando na mesma temática, a empreendedora portuguesa que lidera uma das startups com mais sucesso mundial na área da Inteligência Artificial, fundadora e CEO da Defined.ai, Daniela Braga, disse que já vivemos na era da Inteligência Artificial, através da procura de informação online ou a escrever uma mensagem no smartphone, todos estes processos recorrem a sistemas inteligentes.
As criptomoedas tiveram um momento único e revelador. Simon Robinson, editor global da Reuters, perguntou, em plena Altice Arena quase esgotada, quem detinha criptomoedas, sendo que a sua maioria confirmou positivamente, num painel que contava com a participação de Tim Draper, multimilionário norte-americano e investidor pioneiro no bitcoin, que viu o seu potencial como moeda global na fase inicial.
Um dos momentos que destaco foi o lançamento da Europe Startup Nations Alliance, a primeira entidade com a missão de apoiar os governos europeus na melhoria das condições estruturais para as startups, para garantir que possam crescer em qualquer estágio do seu ciclo de vida. A estrutura ficará localizada no Pavilhão de Portugal, no Parque das Nações, em Lisboa.
Outro dos momentos positivos foi a vencedora do Pitch da Web Summit ser uma startup portuguesa, a Smartex, que encontrou uma solução baseada em inteligência artificial que permite detetar defeitos nos têxteis e evitar toneladas de desperdícios.
Contactei com muitos empreendedores e sublinho a presença de muitas startups de países lusófonos, principalmente de Angola e Cabo Verde, pela inovação das suas ideias que estão a contribuir no desenvolvimento dos seus países.
A Web Summit é, acima de tudo, uma grande comunidade de empreendedores, onde se promove o networking, debate e aprendizagem nas mais diversas áreas onde o digital está sempre presente.